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quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Frizzo sofre processo de ‘fritura’, não cai, mas deve perder poderes

Vice-presidente se torna vidraça para grupo de Mustafá. Felipão, que deseja profissional no departamento, esclarece caso com Carpegiani

Roberto Frizzo e Edvaldo Frasson palmeiras (Foto: Julyana Travaglia / GLOBOESPORTE.COM)Roberto Frizzo deve perder poderes no Palmeiras
(Foto: Julyana Travaglia / GLOBOESPORTE.COM)
O vice-presidente Roberto Frizzo está na extremidade mais frágil num 'cabo de guerra' que está prestes a estourar no comando do Palmeiras. Pressionado por todos os lados, o presidente Arnaldo Tirone deve reduzir os poderes que dá a seu homem-forte no futebol, e vai atender a uma exigência tanto da oposição quanto dos pares do técnico Luiz Felipe Scolari: vai atrás de um diretor de futebol que fique entre comissão técnica e presidência, cargo que não é ocupado desde que Tirone assumiu a presidência do clube, em janeiro.

O processo de “fritura” de Roberto Frizzo atingiu ponto culminante nesta quarta-feira, quando o jornal “O Estado de S. Paulo” publicou reportagem dizendo que o vice já teria tudo acertado com Paulo César Carpegiani em caso de queda de Felipão. Ao saber da notícia, o atual técnico se revoltou e deu um ultimato a Arnaldo Tirone na concentração: queria um novo nome no comando do futebol. Hoje, Felipão praticamente exerce a função de diretor, viabilizando reforços e administrando situações internas no grupo.
Carpegiani, atualmente desempregado, disse na tarde desta quinta-feira a vários veículos que sequer conhece o vice-presidente do Palmeiras, e que ligou para Felipão para esclarecer o assunto. O treinador alviverde também se manifestou, através de sua assessoria de imprensa, confirmando a conversa com Carpegiani e, sem dar nomes, mostrou publicamente que se sente perseguido por alguém da diretoria palmeirense. Confira a nota oficial:
Para Scolari, ficou claro que este episódio é mais uma ação de determinada pessoa da direção do Palmeiras que visa sua saída"
Felipão, em nota oficial
"O técnico Luiz Felipe Scolari comunica que conversou nesta tarde com Paulo César Carpegiani. Tudo ficou esclarecido entre ambos e reafirmaram a amizade que existe desde 1975. Para Scolari, ficou claro que este episódio destacado pela imprensa, nesta quinta feira, é mais uma ação de uma determinada pessoa da direção do Palmeiras que visa sua saída. Para Scolari não será surpresa se novos nomes, inclusive de outros amigos, surgirem nos próximos dias como seu provável substituto."

Tirone visitou a concentração da delegação na manhã desta quinta-feira, às vésperas do jogo contra o Bahia. Ouviu novas reclamações de Felipão a respeito de informações que vazam de dentro do clube. O técnico não acredita em má fé de Frizzo, mas acha que a falta de cuidados já chegou a um nível insustentável, e por isso prefere a profissionalização do departamento de futebol, com alguém que tenha distanciamento dos problemas políticos do clube. Após a publicação da reportagem, o vice se defendeu em nota oficial e reiterou sua postura ao GLOBOESPORTE.COM.

- Já me manifestei em nota e a opinião é aquela. Todos vocês sabem que há ratazanas no clube que não suportam ver um trabalho sério sendo realizado. Acham que podem destruir o Palmeiras. Não vou sair por causa de pressões. O presidente tem muitas preocupações, e consigo dar conta do futebol. A presença de um outro profissional não é prioridade, mas vamos ver o que acontece – desabafou Frizzo.

Os detratores são bem conhecidos da torcida palmeirense. Conselheiros ligados ao ex-presidente Mustafá Contursi e ao polêmico Gilto Avallone confirmam que Roberto Frizzo é alvo desse grupo, mas negam que Mustafá tenha participação na divulgação do interesse em Carpegiani. Recentemente, o ex-presidente rompeu com Arnaldo Tirone, a quem apoiou nas eleições, porque não viu seus desejos atendidos: a queda de Frizzo e a redução de gastos no futebol.

Luiz Felipe Scolari tem contrato com o Palmeiras até o fim de 2012 e não tem a menor intenção de deixar o cargo. Enquanto não houver resolução sobre o poder no futebol, Felipão seguirá acumulando as funções de técnico, “psicólogo” e diretor.

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