Em Boletim de Ocorrência, balconista e cliente de bar que fica em frente ao local da confusão afirmam não ter visto quem iniciou o tumulto
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O GLOBOESPORTE.COM teve acesso ao Boletim de Ocorrência (B.O.), registrado no 7º D.P. de São Paulo. João Vitor e Wellington aparecem como “autor/vítima” e não quiseram prestar queixa um contra o outro.
Duas testemunhas foram ouvidas – Erivaldo Pereira Rocha, um balconista do bar Alviverde, que fica em frente ao Palestra, e Rodrigo Joaquim Gonçalves, auxiliar-administrativo que estava no Alviverde. Os dois admitiram conhecer Wellington, “que frequenta sempre o bar”, mas não souberam dizer quem começou a briga.
João Vitor afirma que foi ofendido por Wellington e que, depois de ter o carro chutado pelo torcedor, os dois amigos que o acompanhavam desceram do veículo para protegê-lo. O jogador sustenta que foi Wellington quem o agrediu primeiro. Já o torcedor nega ter ofendido o volante. Disse que "apenas fez cobranças" e que então passou a ser agredido pelas pessoas que acompanhavam João Vitor.
E aí, João Vitor, seu p* no c*
do c*! Tá andando de nave, mas jogar que é bom, nada, né?"
do c*! Tá andando de nave, mas jogar que é bom, nada, né?"
Frase atribuída a Wellington Almeida por
João Vitor, em depoimento
João Vitor, em depoimento
– Só vi o Wellington sendo chutado e depois outros torcedores chegaram, e um tumulto foi instalado – disse Rodrigo.
Os policias que atenderam à ocorrência também não souberam dizer quem começou a briga. Eles relataram ter visto três pessoas - no caso, João Vitor e seus dois amigos - apanhando de "mais de 15 pessoas" e agiram para apartar a briga. Wellington, o torcedor acusado, sustenta que "do nada, apareceram alguns palmeirenses" e que "não viu" se João Vitor e seus amigos foram agredidos.
João Vitor estava acompanhado pelo cunhado, Cristiano Jorge Santos, e um amigo, Rafael Santos. Os três foram à loja do clube no Palestra porque o jogador queria gravar seu nome e número em camisas oficiais para dar de presentes a eles, que são seus conterrâneos de Alagoas.
No depoimento, João Vitor relata que, ao sair da loja, a caminho de seu veículo, foi abordado por Wellington, que estaria parado, ao lado do carro. Segundo o jogador, o torcedor o ofendeu da seguinte forma:
– E aí, João Vitor, seu p* no c* do c*. Tá andando de nave, mas jogar que é bom, nada! (N. do R.: "Nave" é uma gíria paulistana para carro imponente)
O jogador diz que, ao entrar no veículo, abaixou o vidro e disse que estava ali para estampar o nome e o número em uma camisa do clube, e que Wellington deveria fazer as cobranças no centro de treinamento. Nesse instante, Wellington teria dado um chute no carro de João Vitor. Foi quando Rafael e Cristiano desceram do carro para tomar satisfações com o torcedor.
– Eles ficaram do meu lado e o Wellington deve ter imaginado que fôssemos brigar – disse João Vitor, no depoimento.
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depoimento (Foto: Oslaim Brito / O Globo)
– Eu me defendi e meus amigos me ajudaram – disse João Vitor, no depoimento.
O volante contou que vários outros torcedores “se aglomeraram” sobre ele e os dois amigos, agredindo-os fisicamente. O relato bate com a versão dos policiais que passavam pelo local e intercederam para apartar a confusão.
O cunhado de João Vitor, Cristiano Jorge Santos, e o amigo, Rafael Santos, também relataram que Wellington primeiro ofendeu o jogador e depois o agrediu fisicamente. Ambos afirmaram ter intercedido em defesa de João Vitor. Wellington nega ter tomado a iniciativa da briga.
– Eu estava indo para a faculdade quando vi um carro importado parado na frente da loja. Vi o João Vitor e fui conversar com ele. Perguntei se ele estava satisfeito com o desempenho do time e ele me ironizou – disse Wellington, no depoimento.
Wellington negou ter chutado o veículo.
– Não xinguei o João, apenas fiz cobranças, perguntando se ele estava feliz da vida em sua nave. Não sei como o João interpretou isso – disse Wellington, no depoimento.
Ainda segundo o torcedor, logo depois de entrarem no veículo, os amigos de João Vitor saíram do carro e foram para cima dele.
– Começaram a me agredir sem que eu tivesse feito nada. Caí no chão e eles me chutaram.
Wellington disse que, na sequência, “do nada, apareceram alguns palmeirenses” e que teve um “tumulto”.
– Mas não vi se João e os amigos apanharam – completou Wellington, no depoimento.
O GLOBOESPORTE.COM tentou entrar em contato com Wellington, mas ele não atendeu as ligações.
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