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domingo, 2 de outubro de 2011

Felipão mantém silêncio no clube e diz que atletas têm medo da imprensa

Treinador tem objetivo de descobrir quem anda falando demais no grupo, comenta protestos irônicos da torcida e única jogada de ataque do time

A regra do silêncio, imposta no Palmeiras durante a última semana, vai ser mantida por tempo indeterminado. Após o empate por 1 a 1 com o América-MG, no Canindé, neste sábado (assista aos melhores momentos), o técnico Luiz Felipe Scolari confirmou que os jogadores seguem sem dar entrevistas. Mas explicou que a regra vale apenas para as dependências palmeirenses. Quem quiser falar fora do clube, pode. O objetivo do treinador é saber quem anda falando demais à imprensa sobre os problemas internos do elenco. Dificilmente alguém desafiará o comandante para abrir a boca fora do clube. Mas Felipão garante que os atletas não têm medo dele, e sim dos jornalistas.
Na longa entrevista no vestiário do Canindé, Felipão falou ainda sobre os protestos da torcida após o jogo, a ironia de alguns torcedores nas críticas a ele e sobre o time só conseguir fazer gols de bola parada, através de Marcos Assunção. Confira os principais trechos da coletiva.
Lei do silêncio
"Não existe lei nenhuma. Isso aconteceu para evitar que, dentro do clube, jogadores falem coisas que causem problemas que eu precise administrar internamente. Além do mais, quem quiser falar da porta para fora, está liberado. Os atletas sabiam disso. Depois, cada um que assuma a responsabilidade. Se fora do Palmeiras, eu souber que A, B ou C falou alguma coisa que não esteja inserido no contexto, ficará fácil para resolver essa questão".

Medo dos jornalistas
"Eles não têm medo de mim. A grande verdade é que fora ninguém vai falar porque tem medo de vocês (jornalistas). Vocês intimidam os atletas. Ainda vou resolver o que vai acontecer daqui para a frente, mas dentro do clube, eu preciso administrar da minha maneira. É muito diz que diz, um fala uma coisa, o outro retruca. Dentro do clube, isso não vai acontecer mais".

Protesto de parte da torcida após o empate
"Prefiro valorizar os 90% que apoiaram o time o tempo todo. Empurraram, gritaram, sofreram conosco. Nós é que não soubemos retribuir esse apoio. O restante tem todo o direito de reclamar como quiser. Eu não acho justo, não acho certo, mas também não estamos fazendo algo
diferente que possa acalmar essas pessoas".
Ironia da torcida, dizendo para Felipão ficar para ir ao Japão no fim do ano
"Engraçado é o que os mesmos que hoje falaram isso foram para o Japão em 1999 (final do Mundial Interclubes contra o Manchester United) e viajaram com tudo pago pelo Palmeiras. Ironia não vai mudar nada. Temos é que continuar trabalhando para sair dessa situação".
Sobre a bola parada ser a única opção de jogada ofensiva
"Acho engraçado vocês (jornalistas) falarem isso. Hoje o Fluminense ganhou do Santos com um gol de bola parada aos 51 minutos do segundo tempo e ninguém falou isso. Olhem as estatísticas e vocês verão que a bola parada é algo que decide muitos jogos. Eu tenho uma ótica diferente dessa análise. Eu acho que temos um time que busca o ataque e que, pela característica dos seus jogadores, sofre muitas faltas. E aí entra o fator de termos um exímio batedor".

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